Inovação para a Sustentabilidade do Olival Português

A operação MiOlive3 emerge como uma iniciativa pioneira no setor olivícola nacional, com o objetivo de preservar, valorizar e promover as variedades tradicionais de oliveira. Cofinanciado pelo programa COMPETE 2030, a operação ambiciona criar soluções biotecnológicas que assegurem a autenticidade e a excelência do azeite português, fortalecendo simultaneamente a sustentabilidade dos olivais.

No centro desta operação, liderada pela DEIFIL, está o desenvolvimento de plantas de oliveira com características inovadoras: micropropagadas, micorrizadas e microenxertadas. Cada uma dessas técnicas representa um avanço significativo na capacidade de produção e resiliência das plantas.

Segundo Andreia Afonso, sócia-fundadora da DEIFIL e Diretora de IDI da empresa, “O MiOlive3 pretende revolucionar o olival nacional, através do desenvolvimento de metodologias biotecnológicas.

O programa COMPETE 2030 é essencial para a execução do projeto, pois fornece recursos financeiros que permitem o desenvolvimento das atividades de Investigação e Desenvolvimento contribuindo para a criação de soluções sustentáveis e inovadoras que visam o aumento da competitividade do setor olivícola.”

Inovação na Produção de Plantas de Oliveira

O MiOlive3 aplica modernas técnicas de biotecnologia para abordar desafios críticos do setor. A micropropagação permite a reprodução in vitro de variedades de oliveira selecionadas, garantindo plantas de alta qualidade com características genéticas superiores. Este processo é seguido de aclimatação das plantas em estufa, preparando-as para o ambiente natural.

Adicionalmente, as plantas são submetidas à micorrização, uma técnica que envolve a simbiose com fungos e microrganismos auxiliares. Esta prática aumenta a capacidade da oliveira de absorver nutrientes e água, conferindo maior resistência à seca e outros fatores ambientais adversos.

A inovação estende-se ainda à microenxertia, que melhora o vigor das plantas e a sua adaptabilidade ao solo. A combinação destas técnicas resulta em plantas mais robustas e adaptadas, tanto para olivais tradicionais como para sistemas de produção intensivos e superintensivos.

Preservação e Valorização de Variedades Tradicionais

Uma das principais fases da operação é a identificação e caracterização de variedades de oliveira das regiões de Alentejo e Trás-os-Montes. Esta etapa envolve a análise genética, agronómica e organolética das árvores, azeitonas e azeites, com o objetivo de selecionar as plantas-mãe mais promissoras. Além disso, a operação foca-se na variabilidade genética das variedades tradicionais, permitindo resolver problemas de sinonímia e homonímia que dificultam o reconhecimento das cultivares autênticas.

Um Produto Micorrízico Revolucionário

Outro marco do MiOlive3 é o desenvolvimento de um produto micorrízico inovador. Este produto, que combina fungos micorrízicos e microrganismos auxiliares, será uma solução natural para melhorar o desenvolvimento das plantas e aumentar a tolerância à seca. Com aplicação em olivais, o produto visa reduzir a pegada ecológica e contribuir para a sustentabilidade do setor.

Uma Parceria Multidisciplinar

O consórcio do MiOlive3 integra entidades de destaque, como o INIAV, o More CoLAB e o Instituto Politécnico de Bragança, que trabalham em conjunto com a DEIFIL. Esta colaboração multidisciplinar combina biotecnologia de ponta, biologia molecular e conhecimento especializado no estudo da oliveira, fortalecendo o impacto da operação.

Impacto no Setor Olivícola

O MiOlive3 não só promove a conservação do património genético das oliveiras portuguesas como também impulsiona a competitividade do setor no mercado internacional. Com soluções que visam práticas agrícolas mais sustentáveis e de baixo impacto ambiental, a operação apresenta-se como uma resposta às exigências de um setor em evolução, garantindo que o azeite português continue a ser sinónimo de qualidade e autenticidade.

O Apoio do COMPETE 2030

A operação contou com o apoio do COMPETE 2030 no âmbito do SIID – I&D Empresarial – Copromoção – Baixa Densidade, envolvendo um investimento elegível de 1.357.258 euros o que resultou num incentivo FEDER de 1.116.953 euros.

Links

Deifil | Website

INIAV | Website

More CoLAB | Website

Instituto Politécnico de Bragança | Website