Rede de Fornecedores Inovadores
Esta medida assenta na constituição de consórcios liderados por empresas nucleares de maior dimensão, em colaboração com os seus fornecedores.
José Neves, Presidente da AED Cluster de Portugal, destaca os objetivos e conquistas no desenvolvimento do setor aeroespacial português.
José Neves, Presidente da AED Cluster de Portugal, destaca os objetivos e conquistas do Cluster no desenvolvimento do setor aeroespacial português.
Fundado em 2016, a AED Cluster Portugal tem a missão de fomentar a colaboração, inovação e desenvolvimento tecnológico entre empresas, universidades, centros de investigação e outras entidades nos setores de Aeronáutica, Espaço e Defesa. “O nosso grande objetivo passa por aumentar a competitividade internacional do tecido tecnológico e industrial português, promovendo e consolidando o nome de Portugal como referência internacional nestes setores”, afirma José Neves.
No setor aeroespacial, a AED tem desempenhado um papel crucial facilitando parcerias estratégicas, promovendo a transferência de conhecimento e tecnologia e alavancando um ecossistema propício ao crescimento e à internacionalização das empresas portuguesas. “Os AEDDays, por exemplo, são o principal evento internacional organizado pelo cluster, atraindo participantes de todo o mundo a Portugal, aumentando a visibilidade da nossa indústria e do sistema científico e tecnológico”, destaca Neves.
José Neves sublinha a importância das Agendas de Inovação atualmente em curso: a Aero.Next Portugal, que acelera a industrialização no setor aeronáutico nacional com projetos como a aeronave regional ligeira LUS222 e a aeronave não tripulada UAS ARX; e a Agenda New Space Portugal, que visa transformar o perfil de especialização do setor espacial português com novos produtos e serviços inovadores. “Estas agendas envolvem consórcios de mais de 30 entidades, demonstrando a robustez e colaboração dentro do cluster”, afirma Neves.
Além disso, há avanços significativos em sistemas aviónicos, ciberdefesa, cibersegurança e design de interiores de cabine, com foco na melhoria da experiência dos passageiros e eficiência operacional.
A sustentabilidade é uma preocupação crescente no setor aeroespacial. “O desenvolvimento de tecnologias para aeronaves elétricas e a hidrogénio, bem como a reciclagem de materiais compósitos, são investimentos cruciais para a sustentabilidade”, explica José Neves. A criação de novas cadeias de valor associadas à produção e utilização de SAF (Sustainable Aviation Fuels) é um tema crítico para a descarbonização do setor.
O Cluster AED também apoia a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que tornam as operações aeroespaciais mais ecológicas, incluindo a criação de satélites e tecnologias espaciais para monitorizar e combater as alterações climáticas. “Participamos regularmente em eventos que incentivam o debate sobre sustentabilidade, permitindo a partilha de ideias e a criação de novas soluções”, acrescenta Neves.
Portugal está a viver um momento único no setor espacial, especialmente após a entrada na ESA em 2020. “Com um operador de satélites nacional e a perspetiva de lançar mais de 30 satélites até 2026, Portugal está a afirmar-se como um ator relevante no setor internacional, particularmente no domínio do Newspace”, afirma Neves. A dinâmica do setor é evidenciada pela atração crescente de atores internacionais de relevo que se têm instalado em Portugal.
Esta evolução positiva reflete-se na capacidade do país em desenvolver tecnologias de ponta e em criar um ecossistema robusto que atrai investimentos internacionais. “Portugal tem potencial para se tornar um hub de inovação espacial, contribuindo significativamente para o avanço da ciência e tecnologia a nível global”, sublinha.
O programa COMPETE 2020 tem sido fundamental para o financiamento de projetos inovadores e disruptivos no setor aeroespacial português. Este apoio tem permitido que empresas nacionais desenvolvam tecnologias avançadas, criem empregos altamente qualificados e reforcem a posição de Portugal no cenário internacional.
Um exemplo notável é o projeto FLY-PT, liderado pela Tekever, que mobilizou a indústria aeronáutica nacional para enfrentar as disrupções previstas pela mobilidade aérea urbana. Este projeto envolveu a investigação, desenvolvimento, prototipagem e teste de um novo conceito de transporte aéreo urbano modular, integrando um veículo elétrico autónomo com um drone. “O FLY-PT colocou Portugal na vanguarda da inovação em mobilidade aérea urbana”, destaca José Neves.
Outro exemplo é o projeto Viriato, liderado pela Omnidea, que visou o desenvolvimento, integração e operação de um veículo suborbital para testar tecnologias a serem utilizadas num lançador de microssatélites. “Este projeto não só posicionou Portugal na linha da frente da tecnologia suborbital, como também abriu novas oportunidades de mercado para a indústria espacial nacional”, afirma.
Além destes, muitos outros projetos beneficiaram do apoio do COMPETE 2020, incluindo iniciativas em ciberdefesa, cibersegurança e design de interiores de cabine. “O COMPETE 2020 tem sido crucial para a inovação e competitividade das empresas portuguesas, permitindo-lhes competir a nível global e trazendo benefícios económicos e tecnológicos significativos para o país”, sublinha Neves.
Através do financiamento de projetos estratégicos e inovadores, o COMPETE 2020 tem ajudado a construir uma base sólida para o futuro do setor aeroespacial em Portugal, impulsionando o desenvolvimento tecnológico e a criação de um ecossistema de inovação robusto e sustentável. “O apoio contínuo do COMPETE 2020 é essencial para que Portugal continue a crescer e a destacar-se no panorama aeroespacial global”, conclui José Neves.