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A Science 351 aposta na inovação sustentável com o projeto The Wallpaper, dando ao papel uma nova utilidade na conservação alimentar
Num mundo em que a sustentabilidade se tornou uma exigência incontornável, a Science 351 posiciona-se na vanguarda da inovação com a operação “The Wallpaper”, um projeto promissor cofinanciado pelo COMPETE 2030. Esta iniciativa tem como missão substituir o plástico nas embalagens alimentares por soluções naturais e eficazes, e nasce da necessidade urgente de criar alternativas seguras e sustentáveis sem comprometer a conservação dos alimentos.
Segundo Sónia Fiuza, Diretora Executiva da Science 351, “o papel é um material com um enorme potencial para este objetivo, é renovável, reciclável e biodegradável”. No entanto, apesar das suas qualidades ecológicas, o papel ainda apresenta limitações críticas no que toca à proteção dos alimentos — nomeadamente, a elevada permeabilidade à humidade e ao oxigénio, bem como a absorção de gordura, óleo e água. Estes fatores tornam-no, por si só, inadequado para substituir as embalagens plásticas no setor alimentar.
A solução encontrada surge com o projeto “The Wallpaper”, uma abordagem verdadeiramente inovadora que procura transformar essas fraquezas em oportunidades. “Percebemos que vários dos problemas descritos e que têm impedido o desenvolvimento de embalagem de papel, poderiam ser resolvidos com a integração de algumas das nossas ideias”, afirma Sónia Fiuza. A tecnologia em desenvolvimento combina macromoléculas naturais como proteínas, lípidos e polissacarídeos biodegradáveis para criar um revestimento multifuncional que torna o papel hidrofóbico, oleofóbico, antimicrobiano e antioxidante.
A diretora sublinha a abrangência científica da abordagem: “A abordagem integra diferentes prismas, nomeadamente química, bioquímica, física, ciência dos materiais, biologia vegetal, quer num contexto laboratorial como industrial”, permitindo assim o desenvolvimento de um revestimento natural com alta performance, reciclável e industrialmente aplicável.
A ambição é clara: “que uma embalagem de cereais, chocolate ou frutos secos possa ser constituída exclusivamente por papel funcional, que repele água e gordura, protege contra oxidação e inibe o crescimento bacteriano, e possa ser reciclado ou compostado”. Para além disso, pretende-se que algumas destas propriedades sejam alcançadas com o recurso a ingredientes endógenos, como o alecrim e o tomilho — valorizando recursos naturais locais e promovendo a biodiversidade.
Do ponto de vista estratégico, “The Wallpaper” é mais do que um projeto de I&D; é uma declaração de intenções. “Este projeto é estratégico para a Science 351, enquanto produtora de tecnologias para o mercado, e responde a uma necessidade global, ao mesmo tempo que valoriza o conhecimento nacional e os territórios de baixa densidade”, afirma Sónia Fiuza. A sua relevância é reconhecida a nível internacional, atraindo o interesse de grandes players da indústria da embalagem e da química, reforçando o papel da ciência nacional na resolução de desafios globais.
O apoio do COMPETE 2030 surge como fator determinante para a concretização desta visão. “O apoio do COMPETE 2030 é muito relevante para viabilizar esta tipologia de desenvolvimento de produtos, que parte de níveis de TRL mais baixos e envolve riscos mais elevados”, explica a responsável. O financiamento permitiu não só mitigar os riscos inerentes, como acelerar significativamente o progresso do projeto. “Com este apoio, conseguimos alocar uma equipa de RH dedicada, equipa de consultores, com deliverables bem definidos”, acrescenta.
Em última análise, “The Wallpaper” representa um paradigma de como a inovação científica pode gerar impacto real e transformador. Como conclui Sónia Fiuza, “um projeto como este, alinhado com os grandes desafios da atualidade, como a sustentabilidade e valorização de recursos naturais, permite criar valor para a indústria, para o planeta e para as próximas gerações.” A revolução das embalagens sustentáveis está em marcha — e fala português.
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