Formação-ação reforça competitividade no Turismo
Maria José Capacete, Vogal da Comissão Executiva da Confederação do Turismo de Portugal destaca os impactos da formação-ação nas PME do setor.
Mais de 500 trabalhadores qualificados em contexto real e 63 empresas transformadas com apoio do COMPETE 2020.
Mais de 500 trabalhadores qualificados em contexto real e 63 empresas transformadas com apoio do COMPETE 2020.
Competitividade, resiliência e inovação. Estes foram os pilares do projeto de formação-ação promovido pela APE – Associação Portuguesa de Empreendedores, cofinanciado pelo COMPETE 2020.
Entre novembro de 2019 e junho de 2023, 63 PME participaram numa intervenção que combinou formação e consultoria especializada. O objetivo: capacitar pessoas e organizações para enfrentar os desafios impostos pela pandemia e para acelerar a transição digital e a modernização da gestão.
Formação prática e adaptada à realidade de cada empresa
O projeto foi dividido em cinco ciclos: um para microempresas e quatro temáticos e de planeamento focados em empresas turísticas e da economia digital. No total, foram realizadas 4.067 horas de formação e 4.812 horas de consultoria. Participaram 522 trabalhadores.
A metodologia prática, adaptada a cada empresa, permitiu aplicar os conhecimentos no terreno, com resultados visíveis.
«Durante o projeto, foi possível identificar necessidades de melhorias em diversas áreas e fortalecer competências essenciais como liderança, comunicação, trabalho em equipa, entre outras», partilhou Andrea Leguisamo Daisson Ramos Correia, administradora do Grupo Hotéis Premium.
A abordagem ajustada favoreceu o envolvimento dos colaboradores e contribuiu para alinhar as ações com os objetivos estratégicos das organizações.
Pandemia obrigou a adaptar planos
O projeto decorreu num contexto muito adverso, marcado pelas restrições e incertezas provocadas pela pandemia. Houve atrasos, dificuldades em manter turmas, absentismo elevado e até obstáculos na entrega de documentação.
Ainda assim, os consultores e formadores conseguiram adaptar-se e manter a qualidade das intervenções.
«O projeto permitiu às empresas do setor do Turismo ultrapassar uma situação muito delicada, tornando-as mais resilientes e mais preparadas para enfrentar todas as mudanças que se fizeram sentir após a pandemia», explicou Óscar Rodrigues, responsável pelo Departamento de Projetos da APE.
O setor turístico, em particular, enfrentou grandes oscilações. Desde momentos de paragem total a fases de retoma acelerada, o ambiente instável dificultou a mobilização de novas empresas e a implementação das medidas previstas.
Impacto direto na produtividade e na inovação
O balanço final foi muito positivo. Todas as 63 empresas apoiadas implementaram planos de mudança, e os 522 trabalhadores envolvidos referem-se hoje mais aptos para inovar e gerir em ambientes exigentes.
«Sem dúvida, este projeto contribuiu para uma cultura de melhoria contínua, estimulando a proatividade e a busca pela excelência», sublinha Andrea Correia, destacando também o profissionalismo e o compromisso das equipas envolvidas.
Com um investimento de 407.440,17 euros, o projeto provou que a formação-ação é uma ferramenta eficaz para transformar empresas a partir das suas próprias necessidades, assegurando mudanças sustentáveis e com retorno imediato.
«A formação-ação é uma medida valiosa que garante resultados imediatos e cristaliza as mudanças operadas nas empresas, porque assenta na aquisição efetiva de competências através da ação num contexto real da atividade corrente», conclui Óscar Rodrigues.