Uma nova geração de inteligência aplicada à água está a nascer com a operação STREAM
STREAM – Análise e Gestão Ambiental Inteligente Temporal e Relacional é a nova operação da A2O – Água, Ambiente e Organização que pretende redefinir a forma como se monitoriza e gere o ciclo urbano da água em Portugal. Cofinanciada pelo COMPETE 2030, a iniciativa aposta numa plataforma integrada que conjuga Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (ML) e Internet das Coisas (IoT) para antecipar eventos, detetar anomalias e apoiar decisões em tempo-real, superando as limitações das infra-estruturas hídricas tradicionalmente fragmentadas.
«O STREAM permitirá dar um salto qualitativo na monitorização, análise preditiva e gestão em tempo-real do ciclo urbano da água», explica Pedro Vieira e Moreira, Administrador da A2O – Água, Ambiente e Organização. «Ao conjugar modelos avançados de IA/ML com processos de gestão e dados operacionais NAVIA, avançaremos na abordagem de gestão preditiva de infra-estruturas, aumentando a eficiência operacional, a resiliência das infra-estruturas e a segurança da água fornecida às populações.»
A operação responde a desafios cada vez mais prementes: urbanização acelerada, pressão sobre recursos hídricos, degradação da qualidade da água e a dificuldade em integrar tecnologias emergentes nos sistemas existentes. Para colmatar estas lacunas, o consórcio A2O–NAVIA (líder) e TecMinho estruturou um plano de sete atividades a executar em 36 meses. Numa primeira fase, serão analisados dados históricos, definidos os sistemas-piloto e assegurada a qualidade da informação. Segue-se o desenvolvimento e validação de modelos computacionais preditivos capaz de identificar erros e anomalias no fornecimento e na qualidade da água. A terceira fase materializa-se na implementação piloto da solução, cujos resultados serão comparados com abordagens tradicionais.
A inovação distingue-se em vários eixos. Ferramentas avançadas de análise de dados conseguem reconhecer padrões de funcionamento ao longo do tempo e aumentar a fiabilidade na deteção de irregularidades. A integração de fontes de dados meteorológicos e socioeconómicos assegura análises contextuais mais ricas, enquanto dashboards interativas oferecem aos operadores uma visão unificada do sistema, permanentemente atualizada. Paralelamente, módulos de interoperabilidade reforçam a ligação entre diferentes plataformas de gestão, traduzindo-se em decisões mais céleres e fundamentadas.
O NAVIA aporta ao STREAM mais de 25 anos de dados operacionais e experiência em gestão de sistemas de água, imprescindíveis para treinar e testar os modelos de IA. A TecMinho contribui com conhecimento avançado em análise de dados e modelação computacional, garantindo a robustez técnica da solução e a sua transferência eficaz para o contexto industrial.
«O apoio do COMPETE 2030 foi determinante para transformar esta ambição em realidade, acelerando a investigação em ambiente empresarial, potenciando a colaboração com a TecMinho e permitindo mobilizar talento altamente qualificado», reforça Pedro Vieira e Moreira, sublinhando que, já em fase piloto, o STREAM pretende alcançar o TRL 7 e «posicionar Portugal na vanguarda de soluções avançadas para a gestão de infra-estruturas e, em particular, nas soluções Smart Water».
Ao articular investigação de ponta com necessidades operacionais concretas, a operação STREAM promete não só modernizar o ecossistema hídrico nacional, mas também criar um referencial exportável de gestão inteligente da água, contribuindo para uma utilização mais eficiente, segura e sustentável deste recurso vital.
Links:
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TecMinho | Website