Rede de Fornecedores Inovadores
Capacitar as empresas fornecedoras promovendo a inovação, a reindustrialização e a competitividade do tecido económico nacional.
Empresas e entidades coordenadoras já podem candidatar-se aos novos avisos de formação no âmbito dos clusters reconhecidos.
A política de clusters em Portugal tem vindo a afirmar-se como um instrumento estratégico para o reforço da competitividade empresarial e da inovação, especialmente nas pequenas e médias empresas (PME). No início de 2025, foi lançado um novo ciclo de reconhecimento dos Clusters de Competitividade para o período de 2024 a 2030, através dos Despachos n.º 2784/2025, n.º 307/2025 e n.º 1172/2024. Esta nova fase, promovida pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, tem como principal objetivo renovar e reforçar o papel destes clusters no apoio à transformação e especialização da economia nacional.
A renovação do reconhecimento dos clusters decorre no âmbito das Estratégias de Eficiência Coletiva (EEC), com raízes em 2015, e que desde então têm impulsionado a criação de redes colaborativas entre empresas e entidades do sistema científico e tecnológico. Através dos Pactos Setoriais para a Competitividade e Internacionalização, celebrados com o Ministério da Economia, os clusters têm contribuído para fomentar a digitalização industrial, o desenvolvimento de uma economia circular, a transição energética e a internacionalização das empresas. Em 2021, este esforço foi consolidado com o lançamento do Programa de Capacitação dos Clusters para a Competitividade, com foco na qualificação de ativos humanos e na modernização da estrutura empresarial.
Neste contexto, foram recentemente lançados dois novos avisos para formação empresarial no âmbito do programa COMPETE2030, com candidaturas abertas até 30 de abril de 2025. O primeiro aviso, com o código COMPETE2030-2025-1, destina-se à formação empresarial individual, dirigida a médias e grandes empresas. O segundo, sob o código COMPETE2030-2025-2, apoia formação empresarial conjunta, promovida por entidades coordenadoras em colaboração com PME integradas nos clusters reconhecidos. Ambos os avisos visam reforçar a qualificação de empresários, gestores e trabalhadores em áreas consideradas críticas para a competitividade, como resposta à necessidade de adaptação das empresas aos desafios de uma economia em transformação.
As operações de formação apoiadas por estes avisos têm como objetivos o aumento das qualificações específicas dos trabalhadores em domínios estratégicos para a inovação, a internacionalização, a digitalização e a transição energética. Pretende-se também fortalecer as competências de gestão, fomentar a adoção de novas tecnologias e modelos de negócio, e promover estratégias de upskilling e reskilling que aumentem a capacidade de retenção de talento nas empresas. Além disso, as ações de formação visam dinamizar o ambiente empresarial, promovendo a troca de boas práticas e o estímulo à mudança organizacional.
As formações desenvolvem-se em regime presencial ou online e incidem sobre áreas temáticas prioritárias como a economia digital e a Indústria 5.0, a inteligência artificial, a ciência dos dados, o eco-design e a sustentabilidade, a inovação produtiva, a eficiência energética, a governança ambiental, social e corporativa (ESG), a internacionalização e o marketing digital, entre outras. Estas áreas refletem os principais desafios de modernização e especialização enfrentados pelas empresas portuguesas no atual contexto europeu e global.
Os clusters de competitividade diretamente envolvidos nestes avisos são sete: o Cluster do Calçado e Moda, o Cluster Automóvel, o Cluster AEC – Arquitetura, Engenharia e Construção, o Cluster Habitat Sustentável, o Cluster Têxtil, Tecnologia e Moda, o Cluster PRODUTECH e o Engineering & Tooling Cluster. Cada um destes clusters representa setores de atividade com forte relevância estratégica para a economia nacional, com impacto significativo na criação de valor, na internacionalização e na geração de emprego qualificado.
A abertura destes avisos reflete o compromisso contínuo com a qualificação e modernização do tecido empresarial, através de instrumentos que promovem a eficiência coletiva e a cooperação entre empresas e entidades de inovação. Num contexto de mudanças rápidas e exigentes, a formação empresarial articulada com os clusters reconhecidos assume-se como um dos pilares da política pública de competitividade, apostando na especialização inteligente, na inovação e na sustentabilidade como motores de crescimento económico.