Leia a entrevista de Carlos Parente, responsável na Siemens Healthineers Portugal pelo projeto SMART-HEALTH-4-ALL, cofinanciado pelo COMPETE 2020 e fique a conhecer os seus objetivos, desafios e impacto, destacando o facto que visa inovar o setor da saúde em Portugal; não só ao mitigar as necessidades devido ao envelhecimento progressivo da população, como tornar a medicina preventiva, personalizada e participativa.
1. Síntese
O projeto SMART-HEALTH-4-ALL é constituído por um consórcio – liderado pelo Health Cluster Portugal e pela Siemens Healthineers – de 11 empresas e 13 organizações de I&D do mercado português da saúde, que visa a dinamização de um ecossistema dedicado à investigação e desenvolvimento, produção, comercialização e disseminação de tecnologias médicas de Smart Health em Portugal.
Com início em novembro de 2020, deste projeto resultaram nove produtos inovadores no setor da saúde em Portugal!
2. Entrevista | Carlos Parente
Gestor do Projeto na Siemens Healthineers Portugal
2.1. Como nasceu o projeto SMART-HEALTH-4-ALL? Quais foram as principais motivações?
O projeto SMART-HEALTH-4-ALL foi criado em 2019, a convite do Health Cluster Portugal e sob liderança da Siemens Healthineers. Arrancou formalmente em novembro de 2020 e agrega 24 entidades nacionais, entre empresas, universidades e instituições dedicadas a Investigação & Inovação, com o contributo de cerca de 100 pessoas.
É um programa mobilizador promovido pela ANI – Agência Nacional de Inovação e tem como principal ambição a dinamização em Portugal de um ecossistema dedicado à I&D (incluindo investigação clínica e de translação), produção, comercialização e disseminação de tecnologias médicas de Smart Health.
O seu objetivo é o desenvolvimento de 9 soluções de base tecnológica, contribuindo para a resolução de alguns dos principais desafios da saúde em diferentes domínios.
– Diretor Geral da Siemens Healthineers Portugal, Dr. Jorge Oliveira
2.2. O que considera ser o elemento diferenciador do projeto?
O SMART-HEALTH-4-ALL cruza áreas de conhecimento distintas, como as ciências médicas e da saúde e as engenharias, assim como cruza setores high-tech com outros ditos tradicionais (têxtil, calçado, plásticos e mobiliário), quer produtivos, quer dos serviços.
Por outro lado, estende-se desde a produção de conhecimento à disseminação das soluções desenvolvidas, aplicáveis quer no contexto de prestação de cuidados de saúde, quer no dia-a-dia de um vasto universo de utilizadores, com enfoque na translação e na replicabilidade.
Outro aspetos diferenciadores são a incorporação de uma componente de ensaios clínicos, com o Centro Clinico e Académico de Braga, para assegurar a adequação e validação clínica dos produtos, a criação de um Conselho de Aconselhamento Cientifico, Legal e Regulamentar, do qual fazem parte o Health Cluster Portugal, a DGS, a Comissão para a Ética na Investigação Clinica (CEIC) e o INPI, para o alinhamento com as questões regulamentares e de propriedade intelectual. E finalmente, o grupo de Mentores, onde explorámos com os parceiros temas relacionados com business mentoring e desenho dos modelos de negócio, expondo a sua visão a empresas estabelecidas no mercado, com o objetivo de acelerar a sua estratégia de entrada no mercado, uma vez que o foco deste programa mobilizador é a translação das soluções desenvolvidas, de Portugal para o mundo.
– Diretor executivo do Health Cluster Portugal, Eng. Joaquim Cunha
2.3. Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?
O projeto foi bastante afetado pela pandemia, que obrigou a rever a metodologia de trabalho das equipas, forçando a uma rápida transição para o trabalho remoto. Por outro lado, a pandemia, condicionou, em algumas atividades, o acesso a materiais e componentes, sendo este desafio colmatado ao longo do projeto.
Os outros desafios decorrem da gestão de um projeto com esta dimensão, tais como a gestão do conhecimento e da informação, sendo critico garantir o acesso e capacidade de partilha a todos os intervenientes e a articulação entre os parceiros, nomeadamente nas atividades interdependentes.
Por outro lado, o modelo colaborativo adotado, permitiu a partilha do conhecimento e a promoção do trabalho em rede entre os diferentes participantes, tornando o todo maior do que a soma das partes.
– Carlos Parente, Operations manager & Clinical lead Siemens Healthineers
2.4. De entre os resultados alcançados, há algum que gostariam de destacar?
Ao longo de 32 meses, o projeto SMART-HEALTH-4-ALL foi um catalisador de I&D e de gestão de trabalho integrado para responder a desafios concretos da saúde moderna, através da criação de 9 soluções tecnológicas.
Os resultados deste trabalho, apresentados no final de junho, na Nova SBE, posicionam o nosso país como hub de inovação e espelham o seu potencial de exportação.
Destacamos o MyCare Shoe, sapato com sistema passivo de monitorização da pressão plantar e sistema ativo personalizado de redistribuição da pressão ao doente; o Bedroom+ e Sleep + . Mobiliário com propriedades de sensorização, monitorização e controlo do ambiente do quarto com vista à melhoria da qualidade do sono, associado a uma almofada para monitorização da qualidade do sono e que mediante os parâmetros medidos possa alterar a sua forma ajudando o paciente a melhorar o posicionamento durante o sono; e inalmente, o Pharmaneq 4.0., um sistema automatizado para controlo e gestão de fármacos, acoplando todo o ciclo desde a prescrição até à administração no meio hospitalar.
– Demonstração dos produtos na sessão
A informação acerca dos 9 produtos desenvolvidos está disponivel na nossa página.
Estamos certos do compromisso que existe em continuar este caminho e dar os passos para a translação dos resultados impactantes e promissores deste projeto. Porque o futuro da saúde é hoje e é construído em conjunto.
– Demonstração dos produtos na sessão
> Lista de entidades:
Siemens Healthineers | Instituto Pedro Nunes | ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto | ISPUP | Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto | Apineq – Aplicações Industriais e Equipamentos | SURFORMA by Sonae Indústria | NeuroInova | NEUTROPLAST | PORTUGAL | Sensing Future Technologies | ROPAR, s.a. | PLUX Biosignals | 2CA-Braga (Clinical Academic Center – Braga) | Texteis Penedo | Capgemini Engineering | INEGI driving science & innovation | HealthySystems | Health Cluster Portugal | Fraunhofer Portugal AICOS | INESC Technology and Science – Associate Laboratory | CITEVE | Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto | CeNTI – Centre for Nanotechnology and Smart Materials
3. Programa Mobilizador
O projeto SH4ALL – SMARTHEALTH4ALL é um programa mobilizador promovido pela ANI – Agência Nacional de Inovação. Os Programas Mobilizadores são projetos estratégicos de I&D que visam a criação de novos produtos, processos ou serviços (PPS) com elevado conteúdo tecnológico e de inovação, que contribuam para a cadeia de valor dos mesmos e se configurem como focos dinamizadores de capacidades e competências científicas e tecnológicas, induzindo impactes significativos a nível multissectorial, nomeadamente permitindo a endogeneização e exploração das tecnologias desenvolvidas.
Pela sua transversalidade e abrangência das competências envolvidas, os projetos Mobilizadores devem ser desagregados em subprojectos que em conjunto contribuam para a realização de um objetivo global.
Estes subprojectos deverão aglutinar diversas capacidades complementares e estar estruturados em torno de objetivos concretos, coerentes e complementares, que visam criar novos produtos, processos ou serviços (PPS), ou introduzir melhorias significativas em PPS existentes. O SH4ALL visa a dinamização em Portugal de um ecossistema dedicado à investigação e desenvolvimento (incluindo investigação clínica e de translação), produção, comercialização e disseminação de tecnologias médicas de SmartHealth (incluindo dispositivos médicos e soluções de saúde digital), com base em tecnologias de informação, comunicação e eletrónica (TICE), e em tecnologias futuras e emergentes (FET).
A área de smarthealth abrange diversos tipos de tecnologias, inteligentes e/ou conectadas em rede, e orientadas para a melhoria da prestação de cuidados e serviços de saúde. Atualmente é reconhecida como uma das respostas mais válidas e viáveis ao desafio global do crescimento da despesa em saúde, em grande parte associado ao envelhecimento populacional e ao aumento da prevalência de doenças crónicas.
Neste contexto, as soluções de smarthealth apresentam um enorme potencial de mercado, impulsionadas também pelos desenvolvimentos contínuos verificados, por exemplo, nas TICE, nas FET e na conectividade de dados em banda larga, assim como, a nível europeu, pelo Mercado Único Digital.
O SH4ALL cruza áreas de conhecimento distintas, como as ciências médicas e da saúde e as engenharias, assim como cruza setores high-tech (e.g., TICE, nanotecnologias) com outros ditos tradicionais (têxtil, calçado, plásticos e mobiliário), quer produtivos, quer dos serviços. O projeto estende -se desde a produção de conhecimento à disseminação generalizada das soluções desenvolvidas, aplicáveis quer no contexto de prestação formal de cuidados de saúde, quer no dia-a-dia de um vasto universo de utilizadores/pacientes, com especial enfoque em áreas social e economicamente impactantes no contexto do mercado global da Saúde.
Do ponto de vista médico/clínico, o enfoque incide na prevenção, diagnóstico, monitorização e tratamento/reabilitação de doenças e outras condições médicas, sobretudo de natureza crónica e/ou ligadas ao envelhecimento – incluindo doenças neurológicas, cérebro-cardiovasculares, cardiorrespiratórias, osteoarticulares e diabetes.
4. Apoio do COMPETE 2020
O projeto foi cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico – Programas Mobilizadores – envolvendo um investimento elegível de 6,1 milhões de euros, o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 4,1 milhões de euros.
Comissão Europeia apresenta plano ambicioso para acelerar a transição para veículos elétricos. Este plano visa reduzir emissões de carbono e promover a sustentabilidade no setor dos transportes.
O Regulamento Delegado (UE) 2023/674 da Comissão Europeia introduziu alterações na divisão territorial das regiões NUTS II em Portugal continental. Conheça as implicações destas mudanças para as operações cofinanciadas pelo COMPETE 2030. A Nomenclatura de Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS) é um sistema hierárquico de divisão territorial utilizado pela União Europeia para fins estatísticos […]