Portugal Defende uma Visão Ambiciosa para o FP10 no Conselho de Competitividade
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Na newsletter semanal do COMPETE 2030, conversámos com o Presidente da Ramirez & Cª (Filhos), SA, sobre a inovação, sustentabilidade e visão que têm mantido na mais antiga conserveira do mundo.
Na newsletter semanal do COMPETE 2030, conversámos com Manuel Ramirez, Presidente da Ramirez & Cª (Filhos), SA, sobre a inovação, sustentabilidade e visão que têm mantido na mais antiga conserveira do mundo.
A Ramirez é conhecida por ser a conserveira mais antiga do mundo ainda em laboração. Como é que conseguem conciliar a tradição centenária com a inovação constante na vossa produção?
Em atividade há 171 anos, a Ramirez harmoniza tradição e inovação todos os dias. Ao longo dos anos, procuramos preservar identidades (de produtos e marcas, algumas das quais centenárias), sem nunca descurar a evolução da ciência e da tecnologia e, desde logo, os seus contributos, quer para a qualidade, quer para a segurança alimentar. A criação da primeira fábrica de latas, o desenvolvimento da primeira máquina de descabeçar sardinhas, a introdução mundial da argola de abertura fácil nas latas, a criação de laboratório de qualidade próprio, a criação do Centro de Nutrição Ramirez (CENUTRA), a produção do primeiro atum funcional, a introdução de robótica e da visão artificial são exemplos das nossas inovações que alteraram, para melhor, o nosso processo de produção.
Entre os vários projetos cofinanciados pelo COMPETE 2020, qual destacaria como o mais impactante para o desenvolvimento da Ramirez e porquê?
Do ponto de vista do produto, destacamos o Tuna Functional – uma “super-conserva” de atum, testada cientificamente, que favorece uma resposta fisiológica na proteção cardiovascular. Este alimento funcional foi desenvolvido no quadro do programa de estudo dos sabores do futuro do Centro de Nutrição Ramirez (CENUTRA), em parceria com a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica (ESB) e o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
Do ponto de vista produtivo, o parque fotovoltaico, com o objetivo de nos tornarmos energeticamente autossuficientes. Estamos a investir um milhão de euros na instalação de painéis fotovoltaicos. Concluídas estão já as duas primeiras fases de instalação dos painéis fotovoltaicos na cobertura da fábrica “Ramirez 1853”, em Lavra, Matosinhos.
A terceira fase está a ser concluída, em área livre do solo, em parte dos 20.000 metros quadrados disponíveis. No final das três fases, a Ramirez produzirá localmente 60% da energia que a fábrica precisa com recurso a painéis fotovoltaicos, ou seja, 900 megawatts.
A sustentabilidade é um pilar essencial na vossa estratégia. Como é que a Ramirez integra práticas sustentáveis na sua produção, mantendo a qualidade e tradição que vos caracteriza?
A Ramirez, a mais antiga indústria de conservas de peixe do mundo em laboração, é, simultaneamente, a mais moderna e ecológica unidade do setor. A nossa sustentabilidade reflete-se em vários domínios. Privilegiamos a pesca sustentável, inclusive certificada pelo MSC. Produzimos com energia verde (fotovoltaica e biomassa). Captamos e utilizamos a água da chuva para processos de lavagem que dispensem água potável. Beneficiamos o ambiente fabril com 92 tubos solares, que desobrigam as lâmpadas, e apostamos a economia circular, por exemplo, com valorização de coprodutos. A “Ramirez 1853” é uma fábrica “born green”. A Ramirez conserva o futuro, para que o amanhã também tenha um bom gosto.
O reconhecimento com o estatuto INOVADORA COTEC 2024 destaca a vossa capacidade de inovar. Que fatores considera essenciais para uma empresa do setor agroalimentar se manter competitiva e inovadora ao longo de várias gerações?
Na Ramirez, que é gerida pela quinta geração da família homónima, já com o apoio da sexta, o essencial é saber quem somos, de onde vimos, e para onde devemos ir. Ou seja, honrar a nossa história, os nossos valores de sempre e, em simultâneo, estar sempre um passo à frente. É preciso estar sempre muito atento ao mercado, à sociedade, à ciência e à tecnologia, às suas tendências, e antecipar. E depois, preparar a mudança e a novidade de forma serena, com tempo para amadurecer os projetos, sem sobressaltos.
O apoio do COMPETE 2020 tem sido fundamental para o vosso percurso. De que forma estes fundos têm contribuído para reforçar a vossa posição no mercado global e para desenvolver novos projetos?
O apoio do COMPETE 2020 tem sido fundamental para alavancar algumas das ideias mais disruptivas que temos desenvolvido nos últimos anos. Estes fundos têm sido muito relevantes para mantermos, junto do consumidor, uma perceção de marca que não cristalizou. Apesar de todo o nosso percurso, de 171 anos, que muito nos orgulha, sabemos que o dia mais importante da nossa história é amanhã. É uma honra que a nossa unidade produtiva seja considerada, por auditores internacionais, como uma das cinco mais modernas do mundo no setor agroalimentar. É um orgulho produzir, da forma mais sustentável possível, para mais de 50 mercados, 17 marcas próprias, e mais de 200 referências. Mas estamos sempre a pensar em fazer mais e melhor.
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